sexta-feira, 25 de maio de 2012

Novidades na Redação do ENEM


O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, apresentou na tarde desta quinta-feira (24) as novas regras do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012. As principais mudanças ocorreram na prova de redação, que terá um novo sistema de correção. Segundo o ministro, o MEC decidiu criar "filtros mais precisos para avaliar" a redação. As inscrições para o Enem serão abertas na segunda-feira (28) e vão até o dia 15 de junho. A prova será nos dias 3 e 4 de novembro. O Enem é utilizado por muitas universidades públicas para o acesso ao ensino superior.
Pelo novo sistema, cada prova será corrigida por dois corretores independentes, que avaliarão cinco competências. Caso as notas dos dois corretores tenham uma diferença de até 200 pontos, a nota final será feita a partir de uma média aritmética das duas avaliações. Até o ano passado, a margem de dispersão era de 300 pontos (a nota final do Enem varia de 0 a 1.000).
No entando, se a diferença da nota final entre dois avaliadores for maior que 200 pontos, haverá uma terceira correção. Se persistir a diferença, uma banca com outros três avaliadores vai corrigir a redação. A banca será composta de três avaliadores e coordenada por um professor doutor.
Para executar o novo sistema, Mercadante anunciou o aumento de 40% no quadro de avaliadores, de 3.000 para 4.200 a partir deste ano.
 
Cinco competências
A redação deve cumprir cinco competências:
Competência I: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita
Competência II: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Competência III: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência IV: Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação.
Competência V: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Cada uma vale 200 pontos, para o total máximo de 1.000 pontos. Se em qualquer uma das cinco competências houver uma discrepência acima de 80 pontos nas duas notas, um terceiro corretor avaliará a prova. O processo já acontecia no ano passado, porém, a partir de 2012, a prova será encaminhada a uma banca certificadora caso, na terceira nota, também persista a dispersão.
De acordo com o ministro, o edital com as novas regras será publicado no "Diário Oficial da União" de sexta-feira (25).

Fonte: G1

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A política em berço esplêndido


Que as cachoeiras venham abaixo! A farsa está instalada: o exercício retórico dos seus atores será mais uma vez boa diversão para os aficionados em aprender a técnica da oratória. Se a CPI tem razão de ser instalada, e se ela tem mostrado, mais que denúncias de envolvimentos de parlamentares com um bicheiro, um sórdido e, diria mesmo, cotidiano esquema de corrupção, da empresa Delta junto a obras do Governo (petista ou de seus aliados, na maioria dos casos), o alvoroço da mídia sobre ela esconde uma verdade que muitos ainda não se deram conta: o Governo tem feito pouco caso dos possíveis resultados de mais uma CPI contra a corrupção. Para um partido que tenha tido a capacidade de sobreviver às denúncias grotescas do senhor Roberto Jefferson sobre o mensalão, em 2005, parece desnecessário se preocupar com eventuais alardes sobre sua veia corrupta. No fundo, é pelo mote do "rouba mas faz" que a sequência de governos petistas tem ensinado aos mais novatos que não é possível fazer política honestamente, que a corrupção é inerente aos jogos de poder, e que aquele que não se sujar não pode realizar nada de significativo para a população.
Teríamos então que perguntar - o que o Governo vem fazendo, sob o alegado mote, para o bem da população? Enquanto a CPI engatinha seus primeiros passos, a senhora Dilma aprovou junto aos bancos estatais um corte nos juros bancários, numa clara, e mesmo anunciada, ofensiva contra o sistema bancário do país. Isso é lá uma aposta e tanto para agradar o contribuinte! Mas será que agradaria igualmente sabermos que a dita empresa Delta, ameaçada pelas denúncias da Polícia Federal e agora da CPI, está em vias de ser comprada pelo grupo J&F Holding, cujo conselho consultivo é presidido pelo ex-presidente do Banco Central, o senhor Henrique Meirelles, e que é o grupo controlador do frigorífico FBS, cujo patrimônio possui um terço de investimento do BNDES? Talvez não seja tão animador pensar que é o nosso dinheiro que paga o teatro político em Brasília, e que agora arcará com as despesas de empresas falidas devido a denúncias desta mesma política paga por nós. No fim das contas, se tivéssemos ouvidos para ouvir, a voz ressonante do "rouba mas faz" teria dado origem a sua verdadeira voz: "põe na conta do povo, que tá tudo certo". O que nos impede de ouvi-la? Deve ser o barulho constante das águas descendo cachoeira abaixo.
Num futuro próximo, talvez o que nos impeça de ouvir não seja exatamente a nossa incapacidade para nos darmos conta do que acontece frente aos nossos olhos. O próximo plano político do partido do Governo, abusivamente anunciado pelo presidente do partido Rui Falcão, está em afrontar a mídia com um regime - diriam os russos e alemães, com uma boa experiência nessa área - totalitário em sua essência. Quem não desconfia que o PT só entrou na política para realizar o socialismo a qualquer custo, e quem ainda não percebeu que as experiências socialistas não foram as mais desejáveis, não poderá ouvir nem ver os próximos atos desta "Comédia de erros".